Ilha de Maria

 

História de Desterro (atual Florianópolis)

Em 1675, no intuito de povoar e proteger a costa sul do Brasil, o bandeirante paulista Francisco Dias Velho enviou seu filho, José Pires Monteiro, com uma centena de homens para iniciar uma povoação no melhor lugar que descobrisse dessa região.

Dois anos depois, estando seu filho já bem estabelecido numa excelente e grande ilha daquelas paragens, o próprio Dias Velho junto com a esposa, três filhas, dois filhos, outra família agregada, quinhentos índios, e dois padres jesuítas, fizeram também sua transferência para o local. Os membros desse segundo pequeno êxodo aportaram na ilha no dia de Santa Catarina de Alexandria, um 25 de novembro; batizando, por isso, a ilha com o nome da santa em comemoração, Ilha de Santa Catarina. Já no século XXI, por estar localizada no estado de Santa Catarina, é comum ainda ser chamada desta forma, valendo a redundância do motivo.

Já de início, foi ali construída uma capela em homenagem àquela que havia sido trazida para ser a padroeira e protetora do local; fazendo surgir, assim, o povoado de Nossa Senhora de Desterro (hoje Florianópolis). Essa devoção também era uma clara alusão ao ‘desterro’ que eles próprios haviam feito.

Foi o Papa São Pio X, na criação da diocese de Florianópolis, que elevou Nossa Senhora do Desterro a padroeira da capital de Santa Catarina, a ilha de Nossa Senhora do Desterro, ou Ilha de Maria para alguns devotos.

Um outro fato significativo ocorrido sob o olhar da Senhora do Desterro foi, em 1813, o batismo de um menino chamado Jacinto Vera y Durán, nascido sob o mar, durante a viagem de desterro de sua família, que, saindo das Ilhas Canárias, se dirigiam ao Uruguai.

Crescido sobre a proteção da Santíssima Virgem, o rapaz veio a tornar-se o primeiro bispo do Uruguai. Enquanto bispo, Beato Jacinto participou do Concílio Vaticano I, e manteve forte relação com São João Bosco e os Salesianos. Sem nunca esquecer Nossa Senhora do Desterro, o prelado mandou que, após sua morte, sua cadeira de bispo fosse enviada para a igreja onde ele foi batizado. Por isso, sua ‘Cátedra’ hoje encontra-se na Catedral de Florianópolis.